sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Poema de Cecília Meireles

BOLHAS
Cecília Meireles

Olha a bolha d’água
No galho!
Olha o orvalho!

Olha a bolha de vinho
na rolha!
Olha a bolha!

Olha a bolha na mão
que trabalha!

Olha a bolha de sabão
na ponta da palha:
brilha, espelha
e se espalha.
Olha a bolha!

Olha a bolha
que molha
a mão do menino:

A bolha da chuva na calha!
MEIRELES, Cecília. Obra poética. Rio de Janeiro: Aguilar, 1983.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Severino Reis - Poema para refletir

Nesse pedaço de terra e mar chegaram os homens,

vindos de lá portugueses, franceses, espanhóis,

holandeses...

Os índios não aguardavam do lado de cá

Os negros, estes jamais quiseram chegar

A mistura se fez

Se fez como vatapá, cururu, acaçá

Se fez com pimenta-malagueta, azeite-de-dendê

Se fez com todos os santos e orixás

Se fez no vento, na praia, no mar

Se fez entre branco e índio, mameluco e negro

Entre cafuzo e branco, branco e negro...


(Severino Reis. Revista de arte dendê, n.11. Salvador, 2000.)

Poema para refletir

Nesse pedaço de terra e mar chegaram os homens,

vindos de lá portugueses, franceses, espanhóis,

holandeses...

Os índios não aguardavam do lado de cá

Os negros, estes jamais quiseram chegar

A mistura se fez

Se fez como vatapá, cururu, acaçá

Se fez com pimenta-malagueta, azeite-de-dendê

Se fez com todos os santos e orixás

Se fez no vento, na praia, no mar

Se fez entre branco e índio, mameluco e negro

Entre cafuzo e branco, branco e negro...


(Severino Reis. Revista de arte dendê, n.11. Salvador, 2000.)