sexta-feira, 28 de maio de 2010

Olimpíada de Língua Portuguesa

A aluna Ilza sentiu-se inspirada com a "Última crônica", de Fernado Sabino e produziu o texto abaixo:

Te amo, mana

Sentada, esperando que realmente acontecesse algo que eu pudesse escrever aqui, algo que no mínimo eu pudesse dizer que aconteceu. Escutando meu CD preferido, que tantas vezes já escutei, comecei a chorar.
Era um choro de raiva, raiva por não ter nada para contar. Vasculhei a mente em busca de algo, depois de tanto tempo pensando, me veio a recordação do começo da manhã.
Enquanto o celular despertava marcando 7:30 da manhã, eu me levantei, como de costume troquei de roupa, fui ao banheiro. Quando cheguei ao quarto de meus pais, meu irmão estava lá assistindo desenho, todos já haviam ido trabalhar, só estávamos eu e ele. Deitei na cama e falei para ele que hoje iria ficar na casa de seu amiguinho, ele se virou para mim e, do nada, pulou em cima de mim, me abraçou e me deu um beijo no rosto.
Depois saiu de meu abraço apertado e, quando olhei para ele, ele estava chorando.
Assim termino, deixando escrita a lembrança, não mais verdadeira que a abraço e o beijo de meu irmão.

Ilza Gabriela Folster

Olimpíada de Língua Portuguesa - A Crônica

Entre tapas e beijos


Se a crônica é o retrato da realidade, a realidade de um professor está entre livros, quadro, giz e ... alunos. Alunos e suas gracinhas corriqueiras. Todo mundo sabe que em qualquer sala de aula que “se preze” tem aquele aluno show buscando a luz de um holofote. O danado fica vermelho de tanto rir mas nunca por vergonha. Colocar uma figurinha dessas em saia justa adoça a vida de qualquer um.
Certa manhã, foi mais ou menos isso que aconteceu numa turma de 8ª série, sala cheia, alunos em torno de 14 anos, sentados em duplas. Início de aula. Devolução de avaliações realizadas em duplas. Mais uma vez, vários alunos colocaram seus nomes sem sobrenome e lado a lado com o do outro colega: “Joaquim e Roberto”, “Elizabete e Eloísa”. Cansada de explicar a importância de assinar os nomes completos em documentos e em linhas separadas, apelei para a ironia.
“Agora temos vários casais na sala. Só faltam os coraçõezinhos”. E comecei a falar em tom bem humorado os nomes das duplas que haviam assinado de modo errado. Rimos um pouco. Encaminhei as atividades. Alguns minutos depois, a sala em silêncio, e um aluno sai com esta:
“Ai! Machucou.”
“Ah, até parece.” – disse o outro (aquele do holofote).
“Doeu, sim!”
“Tá sangrando” – brincou alguém.
Não pude perdoar essa deixa:
“Que foi isso, pessoal?”
“Levei uma reguada, professora.”
“Ah, pensei que fosse arranhão. Pois é, o próximo passo de vocês vai ser fazer trabalho em dupla e assinar ‘fulano’ e ‘cicrano’ – devolvi.
“E eles vão colocar o coraçãozinho ao redor, professora” – emendou um engraçadinho.
Então as risadas foram gerais. Os dois continuaram discutindo a “relação”, tentando resolver questões de “ciúme”, segundo informações “quentíssimas” de um colega. Para finalizar a brincadeira, prometi, desejando que a turma entendesse melhor o texto crônica, foco da Olimpíada de Língua Portuguesa, elaborar uma em “homenagem ao casal”. Com a notícia, os dois alunos ficaram preocupados e ao mesmo tempo não acreditaram que eu estivesse falando a verdade. Mas aqui está minha homenagem.
Sei que os garotos mereciam texto melhor, principalmente, porque o “amor” deve ser valorizado em sua essência mais pura, mas em tão pouco tempo e sem “inspiração” isto foi o melhor que pude fazer. Valeu a brincadeira e o clima amistoso da turma que há tanto tempo eu não via. Desejo que ele continue assim.

Simone Constante Flores

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Análise de Notícia de Jornal


No mês de abril lemos muitas notícias de jornal com o intuito de compreender sua estrutura. Uma das atividades realizadas foi a leitura do "Poema tirado de uma notícia de jornal", de Manuel Bandeira.

Poema Tirado de uma Notícia de Jornal

João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.


Os alunos buscaram no poema os elementos: o quê? quando? como? onde? por quê? com quem?

Diante das dificuldades da turma para abstrair informções referentes a um lugar que não conheciam, levei-os a consultar a internet em busca de imagens da lagoa Rodrigo de Freitas e Morro da Babilônia.

Após essa pesquisa, os alunos elaboraram uma sequência de desenhos representando os acontecimentos narrados no poema.

Em seguida, transformaram o poema novamente em notícia, acrescentando os elementos e informações que julgassem necessários.